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O processo do Feedback

(Buscar / Receber / Fornecer)

Dar um feedback eficaz é uma arte e existe técnica para isso. O feedback traz inúmeros benefícios ao desenvolvimento humano. Feedback salva carreiras. Escrevi este artigo para que possamos experimentar, exercitar e torná-lo cultura entre nós. 

Este artigo tem os seguintes objetivos:

Ø   Ser uma ferramenta para aumentar sua empregabilidade;

Ø   Estimular sua busca por feedback;

Ø   Ensinar a reconhecer os sentimentos quando recebe feedback e aprender a lidar com eles;

Ø   Orientar a como fornecer feedback de forma adequada.

Feedback é a informação e/ou percepção sobre a eficácia do comportamento e da contribuição no trabalho. É uma ferramenta de orientação que pode nos dizer se estamos, ou não, no caminho como indivíduos e equipes.

Fornece informações sobre o desempenho, resultado de uma ação ou processo. Geralmente é fornecido como uma resposta construtiva para ajudar alguém a melhorar ou reforçar um comportamento positivo. Pode ser dado em diversos contextos, no trabalho, na escola, em relacionamentos pessoais, entre outros.

Ele pode ser positivo, quando destaca o que foi bem-feito, ou construtivo, quando aponta áreas para melhorias. O objetivo é fornecer informações úteis para ajudar alguém a melhorar seu desempenho, comportamento ou resultados, podendo destacar pontos fortes a serem mantidos e áreas de melhoria a serem trabalhadas, ajudando as pessoas a se desenvolverem, alcançando seu potencial máximo.

Poderá ser formal ou informal: 

Feedback formal: É fornecido de maneira estruturada e planejada, como parte de um processo formal de avaliação de desempenho ou revisão. Geralmente é documentado e pode incluir metas e objetivos específicos.

Feedback informal: É fornecido de maneira mais casual e espontânea, sem seguir um processo formal. Pode acontecer em conversas cotidianas entre colegas, líderes e membros da equipe.

Feedback 360 graus: É coletado de diversas fontes, incluindo supervisores, colegas de trabalho, subordinados, clientes e fornecedores. Ele oferece uma visão abrangente do desempenho de alguém a partir de múltiplas perspectivas. Muito utilizado nas sessões de Coaching.

Mas porque Buscar Feedback?  Quais são os riscos e barreiras para não buscar?

Vejo aqui a questão do risco e da confiança. Risco de ouvir o que não quer. Será que vão me fornecer um feedback útil? Confiança em si próprio o suficiente para transformar este feedback em algo de valor.

Conforme falamos existem 2 tipos de feedback:

Feedback positivo: Reconhece e elogia um bom desempenho, comportamento ou resultado. Este tipo de feedback é importante para reforçar comportamentos desejados e motivar as pessoas. Poderá ser feito individualmente ou em grupo. Diz o que estamos fazendo bem e o que devemos continuar fazendo. Aumenta a probabilidade de ocorrência do comportamento evidenciado, traz motivação e mostra que estamos no caminho certo. Pode ser feito em grupo e individual.

Feedback de Desenvolvimento: Também conhecido como Feedback útil ou construtivo. Oferece sugestões e críticas para ajudar a melhorar o desempenho ou resultados. Ele identifica áreas para desenvolvimento e fornece orientação sobre como fazer melhorias.

Algumas pessoas podem não estar preparadas psicologicamente para receber esse tipo de feedback, pois podem interpretar mal e sentir-se magoadas com a intervenção. Na nossa cultura ainda é percebido como uma crítica, o que implicará em reações emocionais. Mas existem técnicas que poderão ajudá-lo a fazê-lo de uma forma profissional. O recomendado é fazê-lo individualmente.

O que fazer após receber um feedback de desenvolvimento?

Ø  Agradeça e se precisar peça um tempo para refletir e passar pelo processo de surpresa e resistência. Com mais calma e controle emocional poderá dar uma melhor resposta.

Ø  Esclareça informações conflitantes;

Ø  Faça perguntas a si mesmo e com outros da sua confiança;

Ø Desenvolva uma atitude positiva, pois todo feedback é útil e poderá no mínimo entender a percepção do outro e fazer ajustes se fizer sentido para você.

Como fornecedor você precisa estar preparado para dar feedback útil e adequado. Em primeiro lugar ele deve ter sido solicitado e/ou deve-se pedir permissão para fornecê-lo. O feedback deve descrever o comportamento observado de forma bem específica, sem avaliar, sem julgar. Deve ser baseado nas necessidades do Receptor e não nas necessidades do Fornecedor. O importante é que seja claro, útil e fornecido de maneira respeitosa e construtiva.

O Papel do Fornecedor de Feedback inclui o de Apoiar e deve ser evitada a abordagem de “bater e correr”. Apoie as pessoas enquanto elas passam pelo processo de mudança e reconheça as mudanças gradativas através do feedback de reforço.

Para ilustrar este tema complexo gosto muito do texto “A História do Tênis e do Frescobol” do Ruben Alves.

A História do Tênis e do Frescobol

Autor: Ruben Alves

Depois de meditar sobre o assunto concluí que os relacionamentos são de dois tipos: existem relacionamentos do tipo tênis e existem relacionamentos tipo frescobol.

Os relacionamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam mal. Os relacionamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Tudo mais em um relacionamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.

Tênis é um jogo feroz, o objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário e é justamente por aí que ele vai dirigir sua cortada, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente quando o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora do jogo.

Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

Frescobol se parece muito com tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra. O erro de um, no frescobol, é um acidente lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo onde ninguém marca pontos.

A bola: são nossas fantasias, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá... Mas há pessoas que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem – fortalece as relações. Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva para sempre, para que o jogo nunca tenha fim.

Ruben Alves

Com o Feedback também é assim... Para ser bom e útil e deve ser do tipo Frescobol.Que quem receba sinta que o outro fez o melhor possível para contribuir com o seu desenvolvimento. 

Christianne Sauá Fundadora e Diretora Associada